O pequeno produtor de leite tende a desaparecer. Essa foi uma previsões feitas durante a Reunião da Comissão Técnica da Pecuária de Leite CTPL/Sistema FAEMG, a respeito da “pecuária do futuro”, feitas O economista, pesquisador e doutor em Economia Agrícola da Embrapa Gado de Leite, Glauco Carvalho, disse as fazendas estão cada vez maiores e tecnificadas e existe uma pressão econômica para isso. “É que com uma eficiência de gestão e um maior volume de produção, consegue-se um desempenho melhor na compra de insumos, na venda do leite, propriamente dita e num melhor poder de negociação. É o que chamamos de economia de escala”.
Na opinião de Carvalho, quem quiser sobreviver na profissão, hoje, tem que ser ”muito bom em gestão ou contratar alguém que seja muito bom nessa área”. Outra coisa importante é pensar muito na possibilidade de parcerias. O pesquisador ensina que é fundamental ter parceiros para vender produtos, para comprar insumos e compartilhar tecnologia. “Um conselho que dou é: olhe em seu torno para que consiga seguir avançando na atividade e produzindo bem”.
“O associativismo é o caminho para o futuro do produtor de leite. É a salvação, é a base para o pequeno produtor de leite em Minas e no Brasil”, disse Jonadan.
O presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da FAEMG (Federação da Agricultura do Estado de MG), Jonadan Ma confirma que a tendência da necessidade mundial de se ter escala na produção leiteira. “Aqueles que não tiverem condições de aumentar suas produções, devem se associar a outros produtores”.
Segundo Jonadan, 70% dos produtores de leite do Brasil produzem abaixo de 800 litros de leite, o que comprova o quanto associativismo é importante para viabilizar o sucesso da cadeia do leite.
As pesquisas nos informam que, hoje, o leite representa 12% do orçamento das famílias, tem um peso grande no bolso do consumidor. Então, precisamos trabalhar para que o leite seja produzido com o maior nível de eficiência possível e que a gente consiga manter os produtores na atividade.
Custos
De janeiro de 2020 a maio de 2022, o custo da produção de leite subiu 65% e o preço ao consumidor subiu 40%.
“Essa estatística nos diz que o setor de produção – tanto produtores, quanto laticínios têm contribuído com a sociedade – porque se fossemos olhar só o custo, era para o preço do leite estar ainda mais alto. Mesmo assim, o setor tem que buscar um aperfeiçoamento e um posicionamento em termos de negócios, de rentabilidade até para conseguir manter um processo de sucessão e que a produção do leite se sustente no tempo porque é um produto extremamente importante para a humanidade”, aponta.
Publicação
O Sistema Faemg, lançou durante o evento, um Informativo do Leite. A publicação será quinzenal, com as principais informações do mercado do leite, custos de insumos e de produção para o produtor possa planejar melhor o seu negócio. O livreto será distribuído gratuitamente.
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