Um bebê de 1 ano morreu depois de ser atendido no Hospital da Criança de Uberaba na terça-feira (28). Ravi Lucas Cambraia dos Reis foi levado pela mãe para a unidade após passar mal, mas morreu ao ter alta médica e voltar para casa. A Polícia Civil investiga a morte.
A Polícia Militar (PM) esteve no hospital e encontrou os parentes do menino protestando de forma pacífica na porta da unidade. Conforme o boletim de ocorrência, a mãe de Ravi contou que, pela manhã, o menino teve vômito e diarreia, além de apresentar uma secreção no ouvido.
Às 10h, ela levou o filho ao Hospital da Criança. Ela alega que o médico examinou apenas o ouvido da criança e receitou cefalexina, antibiótico usado para tratar infecções bacterianas. Sem fazer outros exames, Ravi teve alta médica e voltou para casa.
Mais tarde, às 18h, a mãe deu a medicação para o menino. Cerca de 20 minutos depois, o bebê começou a balançar a cabeça até que o corpo ficou mole.
Os vizinhos chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para levar Ravi novamente para o hospital. Sem sinal da ambulância, eles ligaram novamente e ouviram que o socorro ainda iria demorar.
Com isso, o bebê foi levado de carro até o Hospital da Criança. A mãe contou que o filho foi atendido de imediato pelos médicos, que tentaram reanimá-lo, mas sem sucesso. A morte foi confirmada minutos depois.
A reportagem procurou a direção do Hospital da Criança e a Prefeitura de Uberaba, responsável pelo Samu, e aguarda retorno.
Em nota, a Polícia Civil informou que instaurou procedimento para apurar a causa e circunstâncias da morte da criança. Segundo a corporação, o corpo foi encaminhado ao Posto Médico-Legal para exames de necropsia.
Outro caso
Em abril, outro paciente do Hospital da Criança morreu enquanto aguardava transferência para outra unidade. Marcelo Gabriel Aparecido Dias Silva, de 13 anos, sofria de bronquite e asma e foi levado para a unidade com falta de ar.
Depois de receber alta, ele voltou ao hospital no dia seguinte e recebeu o diagnóstico de pneumonia. Uma médica pediu a transferência para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) por considerar o estado de saúde de Marcelo extremamente delicado.
Porém, ao pedir uma ambulância para o Samu, a médica alegou que a atendente agiu com deboche e disse que não havia veículos disponíveis. Pouco depois, a morte do adolescente foi confirmada.
Na época, a Prefeitura afirmou que:
A ambulância de Suporte Avançado do Samu, apta a transferir o adolescente, atendia um idoso, desde às 17h09, após queda de altura e que estaria desacordado;
Em seguida, às 17h41, a ambulância atendeu uma nova ocorrência, referente a uma queda de moto, em que o acidentado necessitou ser intubado na rua e encaminhado para o Hospital de Clínicas da UFTM, posteriormente;
Assim que a ambulância de Suporte Avançado foi liberada e se dirigiu ao Hospital da Criança, a equipe do Samu foi informada pela médica da unidade sobre a morte do adolescente.
O inquérito que investigava a morte de Marcelo foi concluído pela Polícia Civil sem indiciados. Segundo a Polícia Civil, o inquérito foi remetido à Justiça sem que ninguém tenha sido responsabilizado criminalmente sobre o ocorrido.