De olhos abertos, mas vendados por uma falsa sensação de tudo saber, caminhamos às cegas por caminhos permeados de ficções, ilusões, acreditando que de tudo sabemos, que em tudo temos razões e aplaudimos pessoas detentoras de comportamentos sociais constrangedores.
Parecemos desse modo, um trem desgovernado, a descer ladeira abaixo rumo ao precipício, na esperança de sermos salvos ainda em tempo, por um ocaso do destino. Tempos estranhos são esses de agora! Não que tenhamos vivido outros melhores, o que assusta na atualidade é a naturalização pública de situações antiéticas que são glamourizadas.
Viver é uma dádiva, esquecer é uma tragédia. Um STF que gasta tempo julgando se o país tem “direito ao esquecimento”, uma imensidão de pessoas que parecem anestesiadas, como se tomassem alucinógenos virtuais que permitem brincar com as realidades da vida como se fossem meras circunstâncias temporais.
Rir da dor do outro, achincalhar a vida do próximo e ter milhares de seguidores quanto mais ruim se fizer parecer diante das telas que os tornam reféns de um ilusionismo total.
Tempos estranhos são esses que para ser famoso exige-se certas doses de maldades, atos insensatos para ficar conhecido, em que ser errado se torna motivo de orgulho, que ser caloteiro vira noticia sorridente em portais de notícias.