Após irem a júri popular, dois jovens foram condenados nesta quinta-feira (27) por participação na morte da jovem de 19 anos, Greiciara Belo Vieira, em 2016 em Ituiutaba. Em audiência que durou cerca de 11 horas, Lucas Mateus Silva foi condenado a 19 anos e oito meses de prisão e Jonathan Martins Ribeiro de Lima, a 25 anos e nove meses, ambos em regime fechado. A defesa dos réus disse que irá recorrer da decisão.
O crime aconteceu em agosto de 2016 e, segundo a acusação, os suspeitos queriam roubar o bebê da vítima, que estava grávida de nove meses. A dupla, indiciada pelo crime junto com outras quatro pessoas que ainda vão a julgamento, foi condenada por homicídio quadruplamente qualificado- por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima, ocultação de cadáver e supressão de incapaz. Os dois jovens foram levados para o presídio de Ituiutaba.
Além de Lucas e Jonathan, Shirley de Oliveira Benfica, a enfermeira Jacira Santos de Oliveira, Michel Nogueira de Oliveira e Luís Felipe Morais também foram indiciados por participar do crime. Eles seguem presos no presídio de Ituiutaba, mas ainda não há informação sobre a data do julgamento dos demais indiciados.
Assassinato com requintes de barbárie
As investigações da Polícia Civil concluíram que Greiciara foi morta com requintes de barbárie. A vítima morava em Uberlândia e, durante a madrugada do dia 19 de agosto de 2016, a quadrilha sequestrou a jovem com o intuito de tirar o bebê que ela esperava.
A ex-garota de programa, Shirley Benfica, foi apontada como mandante do crime. Segundo a polícia, ela simulava uma gravidez para o namorado, de Araguari, e resolveu roubar a criança para continuar mantendo a farsa.
Para isso, Shirley pediu a ajuda de uma amiga travesti, conhecida como Mirela, que mora em Ituiutaba e era amiga de Greiciara. Se conseguissem roubar a criança, Shirlei iria recompensar Mirela com dinheiro e um aparelho celular.
Conforme a polícia, Mirela foi para Uberlândia se encontrar com Shirley e, em seguida, as duas se dirigiram até uma casa no Bairro Santa Mônica, onde os outros quatro réus estavam. Todos foram contratados pela mandante para cometer o crime, de acordo com o processo.
Ainda segundo a investigação, a travesti Mirela teria convencido a vítima a ir com ela até a casa no Bairro Santa Mônica sob a alegação de que possuía roupas para o enxoval da criança. No local, a vítima recebeu uma bebida com medicamento de indução ao sono. A investigação também aponta que os réus levaram a vítima para a zona rural de Ituiutaba, onde foi submetida ao procedimento cirúrgico para a retirada da criança.
Greiciara foi encontrada morta dentro de uma represa, enquanto duas pessoas faziam trilha de bicicleta por uma estrada de terra. A vítima estava com os pés amarrados por um tecido e o corpo estava envolvido por uma tela de arame junto a uma pedra. Além disso, a grávida tinha o abdômen aberto e as vísceras expostas.
Em depoimento à polícia, os suspeitos disseram que a vítima ainda estava viva quando a criança foi retirada e que ela gritava de pânico e dor, apesar de estar dopada. O grupo foi preso e permanece no presídio de Ituiutaba aguardando o julgamento na comarca da cidade.
Criança ficou com a família
A recém-nascida foi localizada com vida na casa da vizinha de Shirley, onde havia sido deixada para que a suspeita pudesse ganhar tempo e fingir um parto. Segundo a polícia, a vizinha não teve participação no crime e, por isso, não foi indiciada.
A mãe de Greiciara conseguiu a guarda definitiva da neta após resultado do exame de DNA comprovando o parentesco.
Fonte: G1