Os primeiros 45 minutos do Cruzeiro no Allianz Parque, nesta quarta-feira, talvez tenham sido os melhores do time de Mano Menezes na temporada. Organizado, criativo e muito lúcido, abriu impressionantes 3 a 0 no placar do jogo contra o Palmeiras, válido pela ida das quartas de final da Copa do Brasil. Na volta do intervalo, porém, foi justamente o contrário. Com falhas defensivas infantis, principalmente da dupla de zaga, o time assistiu ao alviverde controlar as ações de ataque e empatar ainda aos 19′ da etapa final. Com o 3 a 3 no marcador, o sabor amargo de uma partida de tempos distintos, apesar da vantagem mínima, ficou para os cruzeirenses.
O jogo de volta entre Cruzeiro e Palmeiras está marcado para 26 de julho, às 21h45. Com o resultado no Allianz Parque, a Raposa pode empatar por até dois gols no Mineirão que estará classificada para as quartas de final da Copa do Brasil. O time que avançar encontrará nas semifinais o vencedor do confronto entre Grêmio e Atlético-PR – no primeiro duelo, o Tricolor venceu por 4 a 0. Botafogo, Santos, Flamengo e Atlético são os outros clubes que seguem no torneio.
Após o duelo em São Paulo, o Cruzeiro volta suas atenções ao Campeonato Brasileiro e para o arquirrival Atlético. O clássico do próximo domingo, dia 2 de julho, válido pela 11ª rodada da competição, está marcado para as 16h, no Independência. O Palmeiras, por sua vez, recebe o vice-líder Grêmio, sábado, no Pacaembu.
Primeiro tempo
A rapidez marcou o começo do duelo entre Palmeiras e Cruzeiro no Allianz Parque. Tão logo o árbitro Jailson Macedo Freitas apitou o início da partida, o mandante saiu em velocidade. Velho conhecido do torcedor celeste, Willian finalizou bola na rede pelo lado de fora do gol de Fábio. Organizado, atento aos desarmes e com as três linhas muito próximas, o time de Mano Menezes não demorou a responder. E já com gol. Aos 6’, Alisson partiu em velocidade, encontrou Diogo Barbosa e o lateral-esquerdo voltou a servir Thiago Neves – como no jogo contra Coritiba. Sozinho, de frente para Fernando Prass, o camisa 30 marcou seu 9º gol pelo Cruzeiro: 1 a 0.
O tento marcado nos instantes iniciais do jogo não mudou as estratégias de Palmeiras e Cruzeiro. Enquanto o time de Cuca seguiu atacando a qualquer custo e sem eficiência, a equipe de Mano se concentrava na marcação e aproveitava os espaços dados pelo alviverde para assustar. O plano funcionou. Aos 19’, de forma letal, a Raposa ampliou o marcador. Sobis deu excelente passe para Lucas Romero, o volante foi à linha de fundo e serviu Robinho na área. Aplicando a ‘lei do ex’, o meio-campista marcou o 100º gol de sua carreira. 2 a 0.
Absolutamente eficiente, em noite até então quase perfeita, o Cruzeiro voltou a calar o Allianz Parque dez minutos depois. Lúcido e dono das melhores tomadas de decisões do jogo, Thiago Neves encontrou Alisson em velocidade, nas costas de Fabiano. O jovem atacante, de 24 anos, que renovou contrato com a Raposa por mais quatro temporadas nesta quarta-feira, mostrou frieza de atacante para finalizar por cima de Prass. 3 a 0. Na saída para o intervalo, clima de felicidade e certa surpresa entre os cruzeirenses. “Não esperávamos o domínio. A gente sabe a dificuldade de jogar aqui, mas sabíamos que teríamos oportunidades”, disse Robinho.
Segundo tempo
O jogo não perdeu sua característica de velocidade. Intenso atrás de diminuir o estrago, o Palmeiras voltou com o Borja na vaga de Guerra e viu funcionar uma substituição feita em função de lesão. O colombiano enfiou a bola para Dudu, que fez o pivô para Zé Robero. O experiente lateral errou o chute, mas a bola ainda sobrou para Dudu, que voltou a fazer valer a lei do ex, diminuindo o placar. 3 a 1. O gol deu ânimo ao Palmeiras, que partiu em busca do resultado.
Com ‘organização’ defensiva completamente diferente da primeira etapa, sentindo falta de Lucas Romero e com erros individuais da dupla de zagueiros, o Cruzeiro se mostrou entregue. Aos 15’, depois de disputa pelo alto na zaga, Dudu diminuiu ainda mais o placar. 3 a 2. No abafa, o time de Cuca conseguiu o empate quatro minutos depois, em nova oportunidade na sobra, desta vez em posição duvidosa. Willian, aquele, também fez valer a lei do ex. 3 a 3.
O empate acalmou os ânimos no Allianz Parque. Enquanto o Palmeiras diminuiu o ímpeto ofensivo, o Cruzeiro equilibrou as ações, mesmo sem mostrar qualquer poder de fogo com Ramón Ábila no comando de ataque. O argentino foi quase uma peça a menos na formação cruzeirense no período em que esteve em campo. Quando recebeu livre, aos 42’, desperdiçou chance clara. O placar final acabou com sabor amargo para os cruzeirenses que, apesar da vantagem mínima no chaveamento, buscaram um bom resultado fora de casa.
Fonte: Superesportes