O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, cumpriu nesta quinta-feira (18) mandados em Uberlândia contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que age dentro e fora dos presídios.
Ao todo, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão temporária. Segundo o Gaeco, tortura, tentativa de homicídio e associação criminosa são alguns dos crimes cometidos pela facção.
As investigações que resultaram na operação começaram após um crime, em 28 de maio, quando uma vítima foi sequestrada no Bairro Morumbi e levada para o Assentamento Maná.
Conforme o Gaeco, a vítima foi espancada e torturada por diversos criminosos por mais de uma hora e seria morta naquele dia se não admitisse que era de uma facção rival.
“A importância dessa investigação se circunscreve no material que vamos apreender no intuito de identificar quem são as pessoas dessa facção na cidade. É muito grave. Uma pessoa foi sequestrada, conseguiu fugir, foi sequestrada novamente e foi levada para um lugar e torturada”, detalhou o promotor Thiago Ferraz.
Ainda de acordo com o promotor, as investigações seguem sendo realizadas e outros casos são apuradas. “Temos informações que ocorreu outras vezes e isso que vamos apurar com o material apreendido.”
Segundo a Polícia Militar (PM), que também participa da operação, três dos cinco alvos dos mandados de prisão foram presos durante a ação.
Tribunal do crime
De acordo com o Gaeco, os tribunais do crime são um modelo paralelo de julgamento para punição social, que através de critérios dos principais membros da facção criminosa, “julgam” as pessoas e dão as sentenças.
O modus operandi desses tribunais são fundamentados em:
- Extermínio planejado de vida – devido aos julgamentos e sentenças definidas pelos líderes da organização;
- Sistemático – pela frequência na qual mataram pessoas nos últimos anos;
- Violência extrema – com torturas, espancamentos e outros formas de violência antes das mortes;
- Disciplinamento – dentro de prisões, em relação aos familiares dos “sentenciados” e na comunidade que vivem;
- Terror social – pelo pânico gerado nas comunidades e na sociedade em geral;
- Poder paralelo – pelos ataques realizados e por assumir o controle de determinadas localidades em que existe a presença da facção.
G1