Com a alta da inflação nos últimos meses gerando aumento em diversos produtos para o consumidor, o pão francês, alimento primordial nas mesas de café da manhã das famílias mineiras, não ficou para trás e já contabiliza consecutivas elevações. Uma das principais explicações é a alta no preço do dólar que impacta diretamente no valor do trigo – principal matéria-prima para a fabricação dos pães.
O aumento no valor da conta de luz também contribuiu bastante. Uma pesquisa do Datafolha divulgada nesta semana pelo jornal “Folha de S.Paulo” revela que o pão francês, pão de forma, e outros pães apresentaram uma queda 41% no consumo.
A reportagem da Itatiaia foi até as padarias de Belo Horizonte, nesta quarta-feira (22), para conversar com os consumidores e descobrir se os belorizontinos realmente deixaram de comprar o protagonista do café da manhã: o pão francês.
A aposentada Josina, de 70 anos, contou que parou de comprar o pão nas padarias e passou a fabricá-los em casa. “Eu comprava, mas agora não estou comprando mais não porque está muito caro. Eu faço em casa, eu compro um pacote farinha de trigo dá para mim comer por uma semana. Parei de comprar pelo preço. A gente fica revoltada com um troço desse, com esse governo do jeito que está, tudo caro demais. Agora, gasolina ninguém pode sair de carro mais. Está tudo difícil”, desabafou.
Já Luciene Silva Santos de 60 anos, que é empregada doméstica, disse que diminuiu a frequência em que compra pão na padaria. “Eu compro, lá de vez em quando eu ainda compro, mas faço mais em casa. Antigamente o pãozinho era dez centavos, hoje o pão está um preção. Ah bobo, muita gente vai é passar fome né! Muita gente já está passando fome”, lamentou.
Para a balconista, Marta Aparecida dos Santos, de 60 anos, com os altos preços o consumo do pãozinho é mais difícil para quem tem família grande. “Eu compro, porque para mim ainda é possível porque eu sou sozinha. Então, faz diferença. Agora está salgado porque um pãozinho é um real. Aí para uma família grande é complicado. É preocupante. É um alimento que que todo brasileiro poderia ter na mesa e agora está muito difícil, principalmente quem tem família grande, não tem como”, opinou.
Fonte: Itatiaia